ATÉ QUE ENFIM … A GRÉCIA !

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Porquê este “Até que enfim … a Grécia”?

Porque, com uma dívida a crescer (177% do PIB) e um desemprego da ordem dos 25%, os gregos apostaram num volte-face: revoltaram-se contra uma situação económica e social catastrófica e contra a incapacidade de o poder político existente encontrar os caminhos necessários para fazer sair o seu país da crise.

Para além da grave crise humanitária, com milhares de famílias sem capacidade para pagar a electricidade no inverno rigoroso que atravessamos, a classe média foi também arrasada com cortes nos salários e nas pensões.

No horizonte perfilhavam-se décadas de miséria e sofrimento.

Os gregos foram capazes de arredar os responsáveis políticos que mantinham o status quo e, hoje revêem-se num novo governo que foi à luta estruturando novas medidas de política para “negociar” com os seus parceiros europeus.

Subjacente às diversas medidas está a esperança de um povo que, por isso, deve merecer o respeito de todos nós.

E atente-se nas principais medidas.

Em primeiro lugar aquelas que mais dizem aos eleitores gregos como:

– a energia gratuita para quem a não pode pagar;

– o aumento do salário mínimo de 586 euros para 751 euros;

– a readmissão de funcionários despedidos e a reposição de remunerações e pensões;

– a suspensão de algumas privatizações.

Em segundo lugar aquelas que têm a ver com os credores e, consequentemente, com o pagamento da dívida:

– tempo para negociar um acordo transitório que dê folga para a elaboração de um plano de reformas e financiamento para 4 anos, associado ao alívio das obrigações orçamentais para:

– um combate à corrupção e à fraude fiscal;

– o reforço da eficácia da administração pública;

– um reequilíbrio financeiro com o consequente alívio da austeridade;

– negociação “ política” com os parceiros europeus e não com o FMI ou a troika;

– negociação do alongamento dos prazos e da redução dos juros.

O que a Grécia pretende é aquilo em que todos os países europeus se deviam também empenhar: um acordo europeu para um regresso ao crescimento com o reforço do emprego e da coesão social.

Como é possível a obstinação do Governo Português por um caminho que nos oferece desemprego, empobrecimento e desertificação?

Lisboa,2015-02-11

L.Bettencourt Picanço

QUO VADIS EUROPA?

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Todos temos assistido com preocupação crescente ao acelerar de situações que ainda não vemos bem onde vão desembocar.

A primeira e que nos toca de mais perto é a da Grécia depois da eleição ganha pelo Syrisa e a sua correspondente assunção dos destinos do país.

Foram várias as vozes alertando para o perigo que isso representaria na medida em que era conhecida a contestação do Syrisa às medidas de austeridade impostas pela troika e bem conhecidas dos Portugueses

Das reuniões havidas até aqui na Europa e de que a comunicação social tem dado bastante informação, parece desenhar-se um empurrar da Grécia para fora da EU, na medida em que tem avultado uma feroz oposição da Alemanha à renegociação de parte das medidas implementadas pela troika e responsáveis pela hecatombe na saúde e nos níveis de pobreza.

É referida a aceitação por parte da Áustria e a compreensão da Irlanda, da França, da Espanha e da Itália.

Mas aquilo a que é dado mais ênfase é à recusa da Alemanha.

E aqui a “petulância” da Grécia de eleger uma nova maioria … por acaso de esquerda e que rejeita a austeridade até aqui implementada, com os resultados desastrosos de todos conhecidos: mais dívida e mais pobreza por muitas décadas … é claramente rejeitada.

A ver vamos, nos próximos dias, se prevalece o bom senso, aquele que nos diz que a EU se faz com todos os países europeus e caminhando rumo aos entendimentos possíveis e que beneficiem todos e não só alguns.

Bom senso também dos responsáveis portugueses na medida em que o que está em causa não é uma brincadeira de garotos. É a questão mais séria que a todos aflige visto que se traduz em desemprego e pobreza crescente. Com um horizonte de definhamento de um País com séculos de história de que nos orgulhamos.

A segunda situação tem a ver com a Ucrânia, país ao qual foi prometido apoio para caminhar no sentido que o seu povo decidisse e que tem vindo a mergulhar numa guerra civil com uma das facções militarmente apoiada pela Rússia.

E assistimos às deslocações da Senhora Merkel e do Senhor Holande para reuniões com o Senho Putin, falando aqueles em nome da EU e da Nato!

Onde está o Presidente da Comissão Europeia?

Como é que a Senhora Merkel aparece agora a dialogar com o Senhor Obama sobre a atuação junto da Rússia, como se fosse ela a responsável máxima pela EU e pela Nato?

Estamos hoje a assistir à 3ªparte do filme que teve a sua 1ªparte em 1914/18 e a 2ªparte em 1939/45?

E Portugal já escolheu de que lado vai ficar?

Ou vamos ficar, mudos e quedos, com décadas de austeridade e pobreza, desemprego crescente e com o estatuto de pobres mas honrados?

Talvez seja melhor começar a repensar o desenvolvimento que não temos, a corrupção que nos aflige …e a saúde e a educação que temos descurado.

Lisboa,2015-02-10

Bettencourt Picanço

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A LIBERDADE É FUNDAMENTAL!

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É fundamental para o desenvolvimento económico e social dos povos.

É fundamental para o crescimento dos homens, em conhecimento e em dimensão ética.

É fundamental para o governo das sociedades e, consequentemente, para a vida das democracias.

É fundamental para a construção das regras em que ela própria se deve movimentar.

É fundamental para se determinar a responsabilidade que a cada um e a cada nação cabe no devir da história.

É por isso que hoje me apetece dizer: cuidado com a história!

Cuidado com o que ontem mobilizou homens e nações contra outros homens e nações e, hoje, espreita de novo.

Ainda que sob outras formas. Mais ínvias. Mais sub-reptícias. Mas igualmente destruidoras. Talvez ainda mais.

A liberdade é um instrumento formidável, ao serviço do homem.

Com as tecnologias que criámos, a liberdade é hoje um instrumento potenciador ao serviço … do que o homem quiser.

As notícias correm céleres.

Os homens e as nações mobilizam-se.

Hoje as guerras dificilmente se restringirão à Europa. A mundialização tem, aí também, as suas implicações.

Lisboa, 03-02- 2015

Bettencourt Picanço

É URGENTE NÃO ESQUECER A HISTÓRIA!

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Na altura em que se comemora o 70 aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz é importante olhar para o que aconteceu na Europa nas décadas de 30 e 40.

É importante rever o que foi possível acontecer ao nosso lado, sem que a maioria dos europeus se tivesse apercebido da tragédia que atravessou a Europa, em paralelo com uma guerra sangrenta.

É importante que reflictamos sobre como foi possível tamanho genocídio, promovido por uma Alemanha que não o quis ver.

É importante que se perceba até onde o orgulho, o ódio ou a indiferença podem levar um povo e uma nação a promover um terror sem fronteiras.

É importante porque, como já foi dito por um sobrevivente de Auschwitz, “Não queremos que o nosso passado seja o futuro dos nossos filhos”.

Lisboa,30-01-2015

Bettencourt Picanço