OS SERVIÇOS PÚBLICOS ESTÃO A SAQUE?!

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Sabemos todos que a dimensão social de uma qualquer sociedade ou de um país depende dos serviços públicos disponibilizados aos seus cidadãos.

E, como é óbvio, por serviços públicos entendemos os serviços básicos de que todos carecemos: saúde, educação e segurança social.

Mas, para além desses serviços, que medem o nível do Estado Social em que vivemos, há todo um conjunto de outros serviços que estruturam e suportam as comunidades. São os que têm a ver com a justiça, a segurança, os impostos, a energia, a água, etc.

E para o funcionamento de todos estes serviços são necessárias pessoas e locais onde os serviços são prestados.

Vem isto a propósito da dificuldade cada vez maior que os portugueses sentem no seu relacionamento com os serviços públicos.

Há mesmo alguns serviços que dão cabo da paciência dos portugueses como aqueles que têm a ver com as cartas de condução ou com a segurança social.

Esses serviços têm vindo a ser paulatinamente desarticulados, reduzindo-lhes o número de trabalhadores.

Nos locais de atendimento os utentes esperam horas e horas em instalações sem condições adequadas.

Poderíamos dizer, à primeira vista, que estão em causa opções organizativas ou de gestão.

Mas, sabendo-se, como no caso da Segurança Social, que são as opções governativas de mandar para a requalificação centenas de trabalhadores, não podem restar dúvidas que, por opção e por omissão, é a ausência de políticas de gestão, dos serviços e das pessoas, que põe em marcha um descalabro que todos pagamos.

E todos pagamos com horas de trabalho perdidas, com falta de produtividade, com uma persistente incomodidade desnecessária e com total falta de transparência.

E isto porque se sabe, também, que à falta de trabalhadores que nos serviços públicos tratam em devido tempo dos assuntos, corresponde o despedimento injustificado de muitos, sob o manto da requalificação, e com a contrapartida de chorudas contratações de empresas prestadoras de serviços, quase sempre das “relações” de alguém influente.

E lá caímos de novo na sempre presente corrupção.

Lisboa,14-04-2015

Bettencourt Picanço

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